segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Ver-o-rio

Será que os ateus surpreendem-se na porta do céu?
A verdade é que perdi a fé, mas continuo agnóstica.
Enquanto houver o riso, será que a travessia se faz?

Nunca um gesto de carinho
Será que quando caminharmos pela orla haverá sonho?
Nunca a generosidade com as palavras
Será que a maresia há de neutralizar a poluição da alma?
Nunca um ir além de si para fazer o outro sorrir
Será que a correnteza forte dissipa esse meu olhar triste?
Até hoje, só este brilho incessante...

Melhor aqui
no conforto
da paz reclusa.

Não é pouco
para quem já teve como perspectiva única
o desânimo.
A ladeira mais íngreme do mundo pela frente.

E que vontade de nos dar uma trégua,
dormir abraçados e não dizer nada.
.
Porque quando soa sua voz tudo ainda se alegra?

Melhor aqui
no conforto
da paz reclusa.

Será fuga de um amor maduro
sabido do que é e não é e perplexo como a força de ainda ser?

Ou o renascer da crença
de que assim, amanhã,
surgirá um amor bom?

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