domingo, 26 de outubro de 2008

Em branco

.....A hora do voto é a hora da verdade. Diga o que diga, pense o que pense, quando passamos pelo portão do local de votação o coração bate mais forte. É a hora da verdade. Pode-se nem ligar para política e desacreditar da democracia, mas ali não há como evitar uma coisa que é muito evitada: tomar partido.
.....Hoje na hora do voto foi emocionante. Vinha surfando o movimento da minha cidade, a vontade “baixar a crista” de Marta e do PT, que está muito confortável no poder, e pensando em votar no novo prefeitão, o Kassab, que é bem no estilo que o paulistano gosta, pois é destes que “tem peito” de fechar os bares da zona sul com tijolos e rótulos de LACRADO que impedem até o dono de entrar, numa releitura do estilo do famoso Jânio Quadros que até descia do seu carro para multar infratores de trânsito na rua!
.....Mas na hora...em pensar naqueles que o cercam...em pensar no seu projeto político que não há, que é invisível...em pensar que o DEM é o PFL...em pensar que ele tem Andrea Matarazzo como braço direito, o que indica que ele é de uma turminha da pesada. Não consegui. Pensei na opção Marta. Será que é preconceito? Por ela ser mulher, sexóloga, ter deixado o bom marido pelo franco-argentino-gangster que bate nela na cama? O PT é, afinal, o partido do desgoverno democrático por essência, é o partido que agrega as mais diversas correntes populares do Brasil. Mas na hora...
.....Resolvi então votar em branco, pela primeira vez na vida. Não soube em quem votar. Não me identifico com nenhum dos candidatos. Não quis votar de forma obtusa, “para o fulano perder.”
.....Meu voto hoje foi um branco como um vácuo, restrato do olhar parado do eleitor perplexo.

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