quarta-feira, 2 de abril de 2008

Rasteira

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.....A sandalha é rasteira, de tom avermelhado. Ou seria cor de vinho? Não, nada de vinho. Até tentar descrever sua cor me irrita – odeio esta sandalha! Floridinha, quero que morra! Porque ela ainda está aqui? Há dois anos, eu a calçava quando ele me buscou no aeroporto a primeira vez. O futuro cintilava diante de nós que amávamos. Na noite, o vento divertia meus cachos, ele guiava imprudentemente e eu sentia-me imortal. Tomamos cerveja na beira do rio e ele disse, "Bonita sandalha. Adoro as flores." Pensei aludir à sua poesia, não ao cultivo de um jardim de Rosas. Se tudo se foi, porque só ela ficou?
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2 comentários:

Flavio Soares de Barros disse...

O bom é que dá para te ver nos seus textos! Desculpe os muitos links, mas acho que assim você pode se ver na minha cabeça... bj, F
http://axolotl.zip.net/arch2007-10-01_2007-10-31.html#2007_10-20_16_54_34-5125453-0

Anônimo disse...

"é inverno no Amor
Ela já morou no sertão
ela é magrela, não?
mas pra ela o amor é vôo..."