Ontem fui à estréia de Os Bandidos no Teatro Oficina e hoje acordo com meus sensos (& meus sentidos) todos difusos! Acho que o que há de tão especial no Oficina é esse nível no qual a peça te toca. Aliás, peça? Que peça era mesmo? Schiller, né? É que não é só a peça. Na experiência Oficina, que começa no burburinho da entrada, varre o eixo central do teatro, o bandeijão do intervalo, os rostos de tantos que conhecemos e nem tanto e também nossos poros mais íntimos...parece que a peça torna-se quase acessório...e eu adoro essa pan-fodeção dos sentidos que é o teatro Oficina. Chegamos às oito, Bruna e eu, e a peça acabou lá pelas três e meia da manhã, sendo que durante essas mais de sete horas fomos expostas a tudo o que se pode imaginar em termos de imagens, sons e idéias no imenso sonho de uma noite de verão no qual o Zé Celso transforma todas as peças. Tudo em casa, tudo familiarmente assustador. A força magéstica do ator. Foi só lá pela meia noite que começei a sentir o meu raciocínio ceder...em parte pelo cansaço. Daí deitei-me no banco duro envolta no cachecol e então as cenas começaram a chegar para mim indefesa, em outro plano. Havia me rendido. Era este seu objetivo. Daí em diante, ora eu quase cochilava na comodidade do hábito às imagens, mas logo me sacudia e então dançava e logo pulava e me encantava com as cenas magníficas com a qual ele brilhantemente pontua a experiência (o resto todo é só para te preparar para elas: folhagem para as rosas) e que ficam, num lugar sublime da mente, do coração e do tesão. Ai...que vontade de voltar lá de novo hoje e amanhã e depois; ou então nunca mais! Coisa de paixão.
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