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.....Há pouco mais de 100 anos, a cidade de São Paulo começou a ganhar sua feição social e culturalmente pluralista, o que acabou fazendo dela uma das emblemáticas cidades cosmopolitas do mundo. Acolheria não só estrangeiros que aqui se tornariam brasileiros sem perder a poesia de sua origem, mas brasileiros de todos os cantos que aqui se abrasileirariam nos horizontes de um novo Brasil. A humanidade mora aqui, lugar de encontro e diversidade. Tanto há espaço para os que buscam refúgio nos nichos de conservadorismo político e cultural, quanto há espaço para os que buscam o agito colorido das inovações, mesmo as que parecem sem pé nem cabeça. Tudo acaba dando certo na tolerância inevitável de uma cidade em que a diversidade social e cultural é tão grande que não há como resistir a ela e não há como não aprender com ela.
.....O povoado de São Paulo do Campo nasceu em 25 de janeiro de 1554 como uma escola, tendo como um dos mestres um dos maiores criadores de cultura da história da invenção do Brasil, que foi o jovem padre e poeta José de Anchieta, aliás descendente de judeus pelo lado materno. E São Paulo se manteve como ampla e aberta escola desde então, até o cume desse processo que foi a criação e a expansão da Universidade de São Paulo, respeitada como uma das melhores do mundo.
.....Pode-se, pois, falar no espírito da cidade de São Paulo. Esse espírito está naquele Cristo agônico, da Igreja de São Bento, que um morador de São Paulo esculpiu no século 18, um Cristo barroco que agoniza convidando à vida, síntese estética das contradições do tempo histórico que é marca de Piratininga. Está na Cripta da despojada Catedral de São Paulo, que plasma a mentalidade tão paulista de d. Duarte Leopoldo e Silva, que nela mandou sepultar, lado a lado, duas figuras emblemáticas de nossa história: o Cacique Tibiriçá, que acolheu nas terras de sua aldeia o colégio dos jesuítas; e o padre Diogo Antônio Feijó, paulistano que foi Regente do Império, liberal que quis inovações para a Igreja, que recusou a condição de bispo de Mariana (MG) e que, embora paralítico, esteve à frente da Revolução Liberal de 1842, que teve seus primeiros combates no que é hoje a entrada da Cidade Universitária. Preso político, seria solto para morrer falsamente livre e não como vítima da prepotência e da intolerância do Estado tendencialmente absolutista.
.....O espírito de São Paulo, está também nesse Anhembi de lirismo bandeirante que é a poesia de Paulo Bonfim, belo caudal de sonhos, de história e de esperança. Está na Rua Tabatinguera, que conserva o traçado e o nome desde o século 16, “caminho real muito antigo” diz uma ata da Câmara da Vila de São Paulo, de 1620, caminho do mar, lugar de entrada dos que chegavam, rua de anfitrião, vereda de acolhimento.
.....O povoado de São Paulo do Campo nasceu em 25 de janeiro de 1554 como uma escola, tendo como um dos mestres um dos maiores criadores de cultura da história da invenção do Brasil, que foi o jovem padre e poeta José de Anchieta, aliás descendente de judeus pelo lado materno. E São Paulo se manteve como ampla e aberta escola desde então, até o cume desse processo que foi a criação e a expansão da Universidade de São Paulo, respeitada como uma das melhores do mundo.
.....Pode-se, pois, falar no espírito da cidade de São Paulo. Esse espírito está naquele Cristo agônico, da Igreja de São Bento, que um morador de São Paulo esculpiu no século 18, um Cristo barroco que agoniza convidando à vida, síntese estética das contradições do tempo histórico que é marca de Piratininga. Está na Cripta da despojada Catedral de São Paulo, que plasma a mentalidade tão paulista de d. Duarte Leopoldo e Silva, que nela mandou sepultar, lado a lado, duas figuras emblemáticas de nossa história: o Cacique Tibiriçá, que acolheu nas terras de sua aldeia o colégio dos jesuítas; e o padre Diogo Antônio Feijó, paulistano que foi Regente do Império, liberal que quis inovações para a Igreja, que recusou a condição de bispo de Mariana (MG) e que, embora paralítico, esteve à frente da Revolução Liberal de 1842, que teve seus primeiros combates no que é hoje a entrada da Cidade Universitária. Preso político, seria solto para morrer falsamente livre e não como vítima da prepotência e da intolerância do Estado tendencialmente absolutista.
.....O espírito de São Paulo, está também nesse Anhembi de lirismo bandeirante que é a poesia de Paulo Bonfim, belo caudal de sonhos, de história e de esperança. Está na Rua Tabatinguera, que conserva o traçado e o nome desde o século 16, “caminho real muito antigo” diz uma ata da Câmara da Vila de São Paulo, de 1620, caminho do mar, lugar de entrada dos que chegavam, rua de anfitrião, vereda de acolhimento.
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