sábado, 30 de maio de 2009

Experimento Prosótipo

Salve a nação prosótipa, que é da resistência da alma humana! Duas coisas me chamam a atenção nesta banda de poesia musicada que nasce do projeto Poesia Maloqueirista. A espontâneidade da expressão artística dos integrantes da banda, cada qual com seu charme: Caco com sua garra, Berimba com sua lábia e Aline com sua natureza em flor. Depois, a naturalidade com a qual eles tratam a temática da justiça social (refrão de uma canção) sem artificialidade ou militância batida. Cantam sobre os espinhos da vida que vivem (esperar o ônibus por horas a fio, ser quem carrega o piano e etc) quanto deixar fluir a exuberância criativa que neles sobrevive, como pétalas em forma de rítmo e ousadia verbal. O cuidado deles com a estética visual, as parcerias com as artes plásticas, visível nas roupas, nas projeções de slides, no cenário, também contribui para tornar esse grupo algo fantástico!!! Vida longa aos proseadores prosótipos!

quinta-feira, 28 de maio de 2009

terça-feira, 26 de maio de 2009

Sarau Indígena no Auwê

Para os que não puderam estar conosco no dia do I Sarau das Poéticas Indígenas, neste dia 31 de Maio (18hs), a TV Cultura (Fund. Padre Anchieta) apresentará o programa Auwê todo dedicado ao evento.

sábado, 23 de maio de 2009

Natureza

Você tem o olhar
de quem respira fundo.
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Nele eu vejo -
o reflexo das árvores
que te são esteios,
a nitidez das idéias
que brotam dos sóis.
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Somos várias,
você é uma.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Noite Performática

A autora, o diretor e a malabarista. Isto dá nome de filme!!!

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Eu, como Iara Icamiaba, falando para Kianda sobre o sentido da Nação Icamiaba.
Bárbara, como Kianda Icamiaba ressurgindo, "Nadara feito um facho de luz pelas águas."
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(Fotos: Nicolau Kietzmann)

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Lado a Lado no Asfalto

Revista Raça

Fiquei feliz que a Revista Raça deste mês fez uma resenha de Ressurgência Icamiaba, pois o personagem principal do livro, Oxum, é um escravo fugido de São Luis do Maranhão em rumo a um quilombo no Grão-Pará (Séc XVII). Queria muito que o livro tivesse alguma repercussão entre o movimento negro, além do movimento indígena.

sábado, 16 de maio de 2009

Tardes Editoriais

Nicolau, gato no colo (talismã da sorte) e Vanderley.

As sereias também amam

Saiu ontem uma matéria muito simpática sobre Ressurgência Icamiaba na Revista Brasileiros, para ler clique aqui.

Com Lygia

Esta semana eu pude "conhecer" Lygia Fagundes Telles num evento no SESC Vila Mariana. O evento deu-se na ocasião do lançamento de sua obra pela Companhia das Letras. Sua presença foi surpresa para todos e o momento em que ela falou, sentada na platéia, relembrando seus tempos na faculdade de direito da USP, quando era um das somente 3 moças que estudavam ali, foi fantástico. Ela disse que os meninos questionvam-nas nos corredores: "O que vocês vieram fazer aqui? Casar?" E ela respondia, "Também!"

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Entrelinhas

Ficou fantástica a matéria que o Entrelinhas (TV Cultura) fez sobre o I Sarau das Poéticas Indígenas da Casa das Rosas, com uma leitura de Ressurgência Icamiaba tb! Para os que não viram na TV, cliquem no vídeo-caseiro que fiz em casa ou assitam à reprise do programa na quinta-feira (14/5) às 00:10hs. Parabéns a todos que fizeram deste evento um grande sucesso!

sábado, 9 de maio de 2009

Chorocanto Marubo

A Companhia Livre realmente é um espaço único na cidade. É um galpão na Barra Funda e nada mais, mas nem se fala o quanto aqueles atores e diretores "aprontam" entre aquelas quatro paredes! Há tempos e tempos não participo de uma experiência teatral tão inovadora, que acolchoa a platéia em redes, venda seus olhos e transporta-os para os tantos mundos que existem entre o reino dos vivos e o reino dos raios...o povo violência, o povo da mentira, o povo do esgoto, o povo da água, tudo baseado na cosmologia dos índios Marubo do Amazonas. É uma peça fantástica!

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Sushi & Arte Mangá

A Akemi Aerocolor é formada por artistas que possuem 15 anos de experiência com a técnica aerocolor e que resolveram focar os seus novos trabalhos na junção entre a arte mangá e o aerocolor, por isso escolheram o Sea House para iniciar essa nova fase da equipe. Além da ligação com a cultura japonesa, o Sea House foi escolhido como palco para essa exposição, por ser cenário de um dos primeiros trabalhos de arte mangá produzidos por eles.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Jardim da Luz em Flamas

A intervenção artística mais fantástica que vi na Virada Cultural foi o show de fogo e música com qual a Companhia Carabosse encantou o Jardim da Luz, atrás da Pinacoteca do Estado. O parque ficou realmente uma coisa do outro mundo, bordado de flamas por toda a parte, boa parte aromátizadas. As pessoas caminhavam hipnotizadas pela transformação do espaço e um poeta flutava pelos jardins dizendo, "Contemple o fogo!" Foto: Nicolau Kietzmann.

Palhinha

Rolou uma palhinha icamiaba no Sarau Quinta-poética da Casa das Rosas. O anfitrião era Edson Cruz e os convidados eram: Ademir Assunção, Donizete Galvão e o cantor Bessa. Foto: Carmem Barreto.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Museu Afro Brasil

Hoje visitei novamente o Museu Afro Brasil, no Parque do Ibirapuera, que está simplesmente fantástico! Eu não ia lá faz algum tempo e fiquei impressionada com a qualidade das exposições temporárias, quantidade de arte contemporânea da melhor qualidade, além de relíquias históricas impressionantes.
Particularmente, eu gostei da exposição sobre Benin, o país africano, que trouxe a imagem ao lado de uma Amazona (as icamiabas estão por toda a parte!), uma instalação de um artista contemporâneo africano que é de arrepiar e imagens folclóricas (esculturas em barro) que não cessam de impressionar pela ressonância que elas tem na cultura brasileira, tanto no candomblé, quando nas manifestações culturais tipo O Caboclo de Lança (PE) e indígenas, como os Pankararu (PE/SP).

Reflexões Literárias I

.....Por este blog ser um blog literário, às vezes sinto-me culpada em postar aqui coisitas não-autorais ou midiáticas, mas estive pensando que um blog literário se enriqueçe ao falar também da experiência mais ampla do escritor, o que inclui a reação da mídia, dicas dos amigos, etc.
.....Recentemente, começou a me acontecer uma coisa bacana que é ouvir a reação de pessoas fora do meu círculo direto de amigos sobre o livro Ressurgência Icamiaba (RI).
.....Como eu já esperava, a reação do leitor é surpreendente para o escritor e amplia o significado do livro. Quando passei pela FFLCH em 2008, conheci a teoria literária da estética da recepção, propagada por Wolfgang Iser (1978) e Hans Jauss (1967), que prega o texto como local de produção e proliferação de significados. Concordei com aquilo e agora vivo isso.
.....Sob o título de reflexões literárias, pretendo compartilhar algumas das recepções mais interessantes que eu ouvir sobre RI:
- Minha amiga Caroline me liga dizendo, "Que filho da p*** aquele Oxum, como é que ele teve coragem de deixar a Kianda com uma filha pequena!" (note que Caroline é mãe de uma pequena moçinha chamada Laura, de quase 2 anos)
- O jornalista Mencius Melo, amazonense, me deu uma leitura equilibrada e entusiasmada do livro, chamando a atenção para algo que eu não havia me dado conta, que é o risco que corri ao escrever sobre um universo de alteridade, o amazônico. Ele admirou-se da confiança com o qual fiz uso da linguagem regional, o que o fez inquirir, "Você tem certeza de que é paulistana?" Muito facilmente, eu poderia ter deslizado, exagerado, etc. Pensei que se eu tivesse ficado muito encucada com isso, talvez tivesse perdido a naturalidade...
- Além disso, Mencius disse algo com o qual me relaciono muito fortemente, "É um bom primeiro livro." Concordo com ele e assim mesmo vejo esta minha obra. Durante mais de uma década tive medo de escrever "para fora" pois pairava sobre a minha cabeça o "medo de não ser Tolstói no primeiro conto". Um belo dia, aprende-se que todo escritor teve seus escritos de juventude, como são chamados (há publicações antológicas destas fases de grandes escritores), e isso nos faz perder o acanhamento em relação aos nossos primeiros passos, possibilitando-nos gostar daquilo que escrevemos por aquilo que são.