Caraíva é um lugar que não existe. Isso mesmo! Cheguei de lá ontem, mas estou convencida que foi só um sonho, pois realidade crivada de fantasia desta forma só pode mesmo pertencer à esta outra esfera. Desde o primeiro dia de viagem suspeitei de minha traiçoeira imaginação quando caminhávamos nas ruas de areia e vi num bar uma negra reluzente sentada num vestido rosado que pensei ser uma versão de corpo inteiro daquelas “namoradeiras” do artesanato regional. Susto foi quando a mulher se mexeu e pediu mais uma cachaça! Foi encanto e desencanto - a personagem que virou mulher em carne e osso - e pensar que possa existir de fato uma mulher em carne osso tão próxima à arte! Caraíva tem dessas coisas...o tempo todo. O dono dos barcos do porto chama-se Petróleo, o motorista de buggy chama-se Pitanga, o pescador chama-se Charuto, o índio mais lindo da vila chama-se Alecrim! Um dia acordei bem cedinho, fui dar um passeio pela madrugada e vi até um guarda dormindo em pé! De verdade! Estava encostado no muro da casa, que era seu objeto de proteção, de farda verde e boina bege, radinho de pilha na mão direita e sono solto. Batesse um vento e ele cairia maduro no chão!
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